sábado, 1 de maio de 2010

Dos Olhos

Lady in a Green Jacket (August Mack, 1913)


Nunca prestou atenção no que de mais havia no rosto dos outros - conversava apenas com as sobrancelhas.

Lhe falavam muito:

Se estavam arqueadas, lá em cima, quase querendo encontrar os cabelos, era bom. Era espanto, ou admiração - tanto fazia, afinal.
Se desciam e se juntavam, um horror! Discordância na certa. E isso era ruim.

Um dia, numa conversa tediosa com um par de sobrancelhas, escorregou: caiu nos olhos.

Ah, os olhos.

3 comentários:

  1. Adorei esse post! Me identifiquei completamente - eu que adoro sobrancelhas expressivas e serelepes. Os olhos são tão mais difíceis de ler, né? "Ah, os olhos", pois é...

    Poxa, tava com saudade dos seus posts.
    Beijos, menina.

    ResponderExcluir
  2. Amei ler seu comentário! É tão bom quando alguém se identifica com o que a gente escreve! Dá uma sensação de, de humanidade eu acho, não sei explicar, rs! Mas é ótimo!

    Eu também adoro as sobrancelhas, acho que elas e os olhos fazem um ótimo par!

    Obrigada por vir, M. F.!!!

    ResponderExcluir
  3. Querida, te entendo, também adoro quando se identificam com os meus, rs. Humanidade mesmo. E olha, vim dizer que estou com saudade dos teus posts, poxa. Por que parou de postar? :( Não abandone o blog não, ele é tão bonito.

    ResponderExcluir

Enquanto o seu ônibus não passa, faça seu comentário.