sexta-feira, 12 de março de 2010

"É uma luta... Essa vida é uma luta"


A primavera, Monet


Hoje no ônibus havia um casal - essa de casais está se tornando uma constante.

Ele contava seus planos para o futuro, assim, no ônibus, como quem conta o que comeu no almoço.

Ela via seus planos se despedaçarem, dizia que cada um ia terminar seguindo seu caminho. Provavelmente era o fim. "Será que ele não entende como isso é importante?"

É, ele entendia, mas não sabia o que fazer para que o fim não chegasse. A cada palavra dela, ele só conseguia abraçá-la, e soltá-la, para olhá-la no rosto e ver se o abraço tinha provocado algum sorriso.

Abraçá-la e soltá-la.

Abraçá-la e soltá-la. Como se com um carinho, todos os problemas acabassem.

Ele então parou, cansou, desistiu... Então foi ela quem o abraçou. Talvez com um carinho os problemas realmente vão embora.

Talvez não.


Essa sim é uma história verídica.

Créditos do título para minha amiga Elís!

2 comentários:

  1. Que lindo isso. E que triste ao mesmo tempo. É triste saber que às vezes nem todos os abraços do mundo conseguem mudar alguns caminhos... E adorei o marcador também. O que acontece com as palavras que falamos? Hm, é uma pergunta que eu sempre me faço, rs. Acho que algumas morrem, mas - com sorte (ou não) - talvez algumas sobrevivam nos ouvidos alheios, rs.

    Beijos, moça do ônibus, continue postando que seus textos são lindos. :)

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  2. A primeira coisa que eu preciso comentar é que seus marcadores são o máximo! Estão cada vez mais interessantes e criativos! São um bônus, um complemento para as histórias/apontamentos/pensamentos que você posta no blog. Sempre adicionam mais alguma coisa a um texto que já é muito bom de ler. :)

    Adoro como as coisas que você escreve atribuem significado para as pequenas coisas! (papo fenomenológico? Será?) São textos muito ricos!

    :*

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